Na luta de angico ó meu padim Ciço.
Será que esqueceu Maria e Lampião.
Na luta de angico ó meu padim Ciço.
Será que esqueceu Maria e Lampião.
Na terra dura e seca da triste Caatiga, esta correndo sangue como o ribeirão.
De um lado a macacada e o sargento Bezerra, do outro a cangaçada com o Lampião.
De um lado é a lei que tem que ser mantida, do outro lado é a lei da opinião.
De um lado é a lei que tem que ser mantida, do outro lado é a lei do coração.
Na luta de angico ó meu padim Ciço.
Será que esqueceu Maria e Lampião.
Na luta de angico ó meu padim Ciço.
Será que esqueceu Maria e Lampião.
E não adiantou macheza de Corisco, o amor de Maria e o destemor de Azulão.
Não há mais no bornal farinha e carne seca, a água se acabou só tem na solidão.
Três corpos sem cabeça e sem vela acesa e o lamúrio triste de um corujão.
Três corpos sem cabeça e sem vela acesa e o nome que honrou o homem do sertão.
Na luta de angico ó meu padim Ciço.
Será que esqueceu Maria e Lampião.
Na luta de angico ó meu padim Ciço.
Será que esqueceu Maria e Lampião.
Se tivesse a água que a gente bebe, se tive se o amor que Deus nos concede.
Se tive se a flor com o seu perfume se tive se amor mesmo com ciúmes.
Se tive se o pão que temos cada dia se tive se o anjo que ajudou Maria.
Se tivesse a mãe que sempre nos cria.
Homem igual a esse não existiria.
Na luta de angico ó meu padim Ciço.
Será que esqueceu Maria e Lampião.
Na luta de angico ó meu padim Ciço.
Será que esqueceu Maria e Lampião.